quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Realismo em Portugal
O Realismo em Portugal representou uma tentativa de livrar o país da mentalidade romântico-cristã e levá-lo á modernidade por meio do contato com as novas ideias filosóficas e científicas que circulavam na Europa, tento como seu principal item a renovação na literatura quanto a temas, linguagem e visão do mundo.
O Realismo teve início em Portugal com a Questão Coimbra. Nessa época, haviam finalmente cessado as lutas entre os liberais e as facções que representavam a velha monarquia. Consolidado o liberalismo, Portugal conheceu apartir de 1850, um período de estabilidade política, de progresso material e de imtercânbio com o resto da Europa. O importante centro cultural e universitário Coimbra da época era que ligava a comunidade europeia por meio de estradas de ferro.
-A Questão Coimbra
Teve inicio quanto castilho, ao escrever um posfácio elogioso ao livro Poema da mocidade, de seu protegido Pinheiro Chagas, aproveitou para criar um grupo de poetas de Coimbra, a quem acusou de exibicionista e obscurantistas.
Antero desejava modernizar o país, colocando-o ao lado das nações europeias mais desenvolvidas.
A Questão Coimbra durou todo o segundo semestre de 1865, com publicações e ataques de ambos os lados.
-A Produção literária
Tanto na poesia quanto na prosa o Realismo português contou com um número considerável de escritores. A poesia alcançou grande prestígio na época e se desdobrou em quatro direções:
a poesia realista propriamente dita: é representada por Antero Quental, Guerra Junqueiro, Gomes Leal, Teófilo Braga , caracterizando a crítica social e o planejamento político.
a poesia do cotidiano: representada por Cesário Verde, que parcialmente ligado á poesia realista, enfocou certos aspectos até então considerados pouco poéticos, como a vida nos centros urbanos e nas áreas industriais.
a poesia metafísica: se volta para as indagações entorno da vida, a morte e Deus , é representada por Antero Quental.
a poesia parnasiana: sua preocupação central é resgatar a tradição clássica sendo representada por João da Penha.
A prosa de ficção seguiu a mesma orientação da poesia realista, porém dividindo-se entre o ataque á burguesia, á monarquia, ao clero, ás instituições sociais, aos falsos valores, e o compromisso com a doutrina moral, social e filosófica.
Antero de Quental
Foi o líder intelectual da geração que deu início ao Realismo em Portugal. Seus primeiros poemas publicados, revelam tendências místicas e os poemas publicados logo depois mostram a evolução para o racionalismo e radicalismo político.
A poesia de Antero é a síntese da trajetória biográfica do autor. Nela podem ser observados alguns núcleos centrais. Nos últimos anos de sua vida, ele voltou para a meditação religiosa e para reconciliação mística.
Antero de Quental é considerado, ao lado de Camões e de Bocage, um dos maiores sonetistas da literatura portuguesa.
Eça de Queirós
Para expressar adequadamente sua visão de mundo, Eça criou um estilo solto, livre e transparente, em uma linguagem expressiva.
È considerado o mais importante ficcionista do realismo português e um dos maiores em língua portuguesa.
Seus primeiros escritos , artigos e relatos breves, publicados na Gazeta de Portugal , foram reunidos postumamente sob o titulo de Prosas bárbaras.
Em 1875, publicou sua primeira obra importante, O crime do padre Amaro. A essa obra seguiu-se O primo Basílio, nessa mesma linha publicou os Maias.
Destacam-se ainda na produção de Eça de Queirós, A ilustre casa de Ramires, A capital, A relíquia , entre outros.
Guerra Junqueiro
Foi um dos mais combativos poetas do Realismo. Iniciando sua carreira com certa influência ultra-romântica, passou a uma fase de crítica social, lançando-se contra o clero em sua mais conhecida obra A velhice do Padre Eterno.
Em 1892, com Os Simples, deu ínicio a uma nova fase retratando pessoas simples da vida portuguesa. Nessa obra se sentem os reflexos da crise religiosa que o poeta vivia e da qual resultam sentimentos como fé, esperança e caridade.


Resumos referentes às páginas:259 à 269 do livro-didático

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